Quisera eu ter meus quinze anos de volta, quando minha fantasia de encontrar meu príncipe encantado ainda era aceitável, pois “coitada, a garota nunca teve um namorado, não sabe como é o mundo real”.
Quisera eu ter meus dezesseis anos de volta, quando as pessoas me diziam: “coitada, ela só namorou por três meses, não sabe como é um relacionamento de verdade”.
Desejei então namorar por mais tempo, mas aos dezoito, com um ano de namoro, me disseram: “você namora há apenas um ano, não é tempo o bastante para saber o que é amor”.
Mas eu sempre soube o que era amor, porque amor faz parte da minha essência. Nasci para amar, mas às vezes acho que não para ser amada. Hoje, aos vinte, as pessoas dizem “nossa, mas tão nova e já é frustrada amorosamente?”.
Sou frustrada porque a sociedade me diz que não sei como é um relacionamento de verdade, e que sou muito nova para saber o que é amor. Não concordo. Ninguém nunca precisou me ensinar o que era amor. Nasci pronta para amar, para me doar, para dividir alegrias, para ser companheira, enfim, nasci pronta para ser de alguém.
Eu vivo uma vida toda à espera de ser de alguém.
Mas eu não tenho mais quinze anos, e não posso esperar por um príncipe encantado. Com tantas desilusões amorosas, desconfio que exista o amor da minha vida, mas continuo sendo romântica incorrigível, por mais contraditório que isso pareça.
Eu só queria encontrar alguém que me provasse que sim, o tipo de amor que eu procuro existe, e que não precisa ser breve e intenso, mas que pode ser algo para a vida toda. Alguém para fazer cafuné, sentados no sofá assistindo um filme qualquer. Alguém para me perguntar como é que foi meu dia. Alguém para ligar três da manhã e dizer “sinto sua falta”.
Alguém.
Mas quem sabe a vida ainda me surpreende, quem sabe o amor da minha vida um dia leia esse texto, quem sabe?
Além de romântica incorrigível, sou sonhadora. Não me acordem para a realidade.